Após mais um chumbo do Tribunal Constitucional, lá vem
o consequente Plano B, mais
Impostos, anunciam os media. Ainda o Plano de Ajustamento estava
a meio, já os entendidos e sábios na matéria defendiam que se tinha atingido o
limite máximo da carga fiscal, ou seja, por mais que aumentem as taxas de
imposto, a receita fiscal manter-se-á ou mesmo, diminuirá.
Conduz-me esta
reflexão à caracterização de Fraude e Evasão Fiscal.
Entre as causas justificativas para a elevada fraude e
evasão encontramos: excesso de carga fiscal, complexidade do sistema fiscal,
escassos recursos de controlo por parte da Administração Fiscal, a impunidade
de quem pratica a fraude, morosidade na justiça, inexistência de protocolos de
cooperação entre instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais
com vista à troca de e cruzamento da informação, a sociedade ser ainda
tolerante/complacente em relação à evasão, sendo mesmo valorizados aqueles que
a praticam, a sociedade ter a perceção de que existe despesismo e má gestão dos
dinheiros públicos.
Ora, as consequências são óbvias, elevado nível de fraude
e evasão implica um elevado nível de carga fiscal, ou melhor, um elevado nível
de carga fiscal implicará um elevado nível de fraude e evasão. Parece-me agora
que das razões acima enunciadas para justificar os elevados níveis de fraude e
evasão, a carga fiscal assume papel de destaque.
Anunciam também os media, que os Portugueses vivem já no
limiar mínimo da sobrevivência e da paciência. Então, preparem-se os
contribuintes cumpridores para o aumento da injustiça e equidade fiscal…
Como os impostos são a principal receita do estado, indispensável
para o cumprimento das suas funções e incumbências, elevados níveis de carga
fiscal e consequente Fraude e Evasão conduzem a défices orçamentais excessivos
e consequente aumento da dívida pública, limitando a qualidade da prestação do
Serviço Público e a dimensão social do Estado.
Não tenhamos ilusão, nenhum dos planos alternativos a adotar,
para aumento da receita ou diminuição da despesa do estado, será a solução
mágica sem consequências gravosas à vista.
Paulo Jorge Oliveira
Consultor BPHL Assessoria de Gestão, Fiscalidade e Área Financeira
2014/06/05, Artigo de Opinião publicado n' O Jornal do Neiva - Seja um leitor assíduo, acompanhe mensalmente!
Paulo Jorge Oliveira
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